Um recente levantamento divulgado pela Justiça do Rio Grande do Sul revelou um cenário alarmante para a população em relação à violência contra a mulher. Desde o início de 2023 até a última segunda-feira (13), foram concedidas 22.894 medidas protetivas a mulheres vítimas de violência. Deste total, cerca de 70% foram concedidas somente em janeiro, com um aumento de mais de 5 mil casos em relação ao mesmo mês do ano anterior.
Em uma entrevista para o Brasil de Fato em 2022, a delegada Cristiane Ramos afirmou que oito em cada dez mulheres que morrem em casos de violência não tinham medida protetiva concedida pela Justiça. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, o primeiro mês de 2023 registrou uma queda na quantidade de casos de feminicídio no Rio Grande do Sul, com nove vítimas, mas nenhuma delas possuía medida protetiva vigente. O órgão alerta para a importância de denunciar os casos de violência doméstica, e através da Delegacia Online da Mulher, é possível registrar ocorrências de violência e descumprimento de medidas protetivas.
No ano de 2022, o Rio Grande do Sul registrou 89 casos de feminicídio de janeiro a outubro. Além disso, foram registrados 41.621 casos de agressão doméstica, com lesão corporal, ameaça e estupro. Desde janeiro de 2020, a Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul já emitiu 130.592 medidas protetivas.
Esses números mostram que a violência contra a mulher ainda é uma realidade alarmante no Brasil, e é fundamental que as medidas de proteção sejam concedidas às vítimas para evitar casos de feminicídio e outras formas de agressão. É importante que as mulheres saibam que podem e devem denunciar os casos de violência doméstica e buscar ajuda através de serviços especializados.